Isomeria Óptica

A isomeria óptica é um tipo de isomeria espacial em que os isômeros desviam o plano de luz polarizada em sentidos contrários, um para a direita e outro para a esquerda.
Na isomeria óptica, os isômeros são como nossas mãos, isto é, são exatamente a imagem especular um do outro, mas não são sobreponíveis
Na isomeria óptica, os isômeros são como nossas mãos, isto é, são exatamente a imagem especular um do outro, mas não são sobreponíveis
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A isomeria óptica estuda o comportamento das substâncias quando submetidas a um feixe de luz polarizada.

A luz geralmente não é polarizada, ou seja, ela é constituída de um conjunto de ondas eletromagnéticas que vibram em vários planos. A luz polarizada, por outro lado, vibra ao longo de um único plano e pode ser obtida ao se fazer passar a luz não polarizada por algum polarizador, como o cristal espato da Islândia (uma variedade de cristal transparente do carbonato de cálcio).

Existem, então, algumas moléculas que são capazes de desviar esse plano de luz polarizada, ou seja, são opticamente ativas. Quando o plano é desviado para a direita, dizemos que a molécula é o isômero dextrogiro, que vem do latim dexter, que significa “direito”. Quando o plano da luz polarizada é desviado para a esquerda, temos o isômero levogiro (do latim laevus, esquerdo).

Os isômeros ópticos são substâncias que possuem a mesma fórmula molecular (os átomos dos mesmos elementos e na mesma quantidade na molécula), mas que apresentam atividade óptica contrária, o que designa um tipo de isomeria espacial, mais corretamente chamada de estereoisomeria.

Os isômeros ópticos são a imagem especular um do outro, mas não são sobreponíveis, isto é, são enantiômeros. Sendo assim, essas moléculas não podem ser simétricas. Uma das formas mais comuns de sabermos se uma molécula é assimétrica e se ela dá origem a dois isômeros é observar se ela possui um carbono assimétrico ou quiral (C*), ou seja, um carbono que possui todos os seus quatro ligantes diferentes entre si.

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Para entender melhor esses conceitos, veja um exemplo abaixo. Observe que o carbono central é quiral porque possui todos os seus ligantes diferentes, originando dois isômeros ópticos que são a imagem especular um do outro, mas não são sobreponíveis:


Isômeros ópticos não sobreponíveis

Isso acontece com o ácido lático, cuja estrutura é mostrada a seguir. Visto que possui um carbono assimétrico em sua molécula, ele possui dois enantiômeros. Um deles desvia o plano de luz polarizada para a direita (dextrogiro), sendo chamado de ácido d-lático, e é obtido pela ação de bactérias no extrato de carne. O outro desvia o plano de luz polarizada para a esquerda (levogiro), sendo denominado de ácido ?-lático, e é obtido a partir da fermentação da sacarose pelo Bacillus acidi levolactiti.


Moléculas isômeras do ácido lático


Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química

Por Jennifer Rocha Vargas Fogaça

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