A alotropia designa um fenômeno em que um elemento consegue ligar-se com átomos do próprio elemento, formando substâncias simples diferentes. Um elemento que tem essa propriedade é o enxofre (S). Os seus átomos podem ligar-se e formar duas variedades alotrópicas que são encontradas na natureza: o enxofre rômbico e o enxofre monoclínico.
Ambos possuem oito átomos ligados formando suas moléculas (S8). A diferença reside somente no fato de que a forma geométrica (retículos cristalinos) em que esses átomos estão rearranjados no espaço é diferente. Por exemplo, o alótropo mostrado a seguir é o enxofre monoclínico, cujo aspecto é igual ao de finos cristais na forma de agulhas. Ele é encontrado principalmente em regiões vulcânicas.
Aspecto e estrutura de enxofre monoclínico
Já o enxofre rômbico mostrado a seguir é a variedade alotrópica do enxofre mais comum. Seus cristais são maiores e de uma amarelo transparente.
Aspecto e estrutura de enxofre rômbico
Observe que ambas as estruturas são ciclos, mas os cristais possuem arranjos diferentes, que resultam em cristais de formatos diferentes e com propriedades diferentes. Por exemplo, o enxofre rômbico é mais denso (2,08 g/cm3) que o monoclínico (1,96 g/cm3), e seu ponto de fusão (112,8ºC) também é menor que o do monoclínico (119,2ºC). Porém, esses alótropos possuem o mesmo ponto de ebulição (445ºC).
A principal aplicação do enxofre é a produção de ácido sulfúrico, um dos ácidos mais importantes. Sua aplicação tem larga escala, desde fertilizantes e baterias de automóveis até o refino do petróleo. Por ser usado em muitos processos industriais, muitas vezes o seu consumo pode indicar o grau de desenvolvimento de um país. Ele também é usado na vulcanização da borracha, produção de pólvora, inseticidas, cosméticos, entre outros.
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