As vidrarias de laboratório são ferramentas feitas, em geral, de vidro borossilicato, utilizadas pelos químicos para experimentos de pequena escala, ou seja, para ensaios de rotina em laboratórios. O vidro é mais utilizado pelo fato de ser um material que não costuma interferir em processos químicos, ter boa resistência ao calor e ser reutilizável, sendo higienizável. As vidrarias servem para acondicionamento de solução ou até mesmo como materiais de precisão.
As principais vidrarias de laboratório são:
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tubo de ensaio;
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béquer (ou becker);
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Erlenmeyer;
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funil comum;
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kitassato;
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proveta;
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balão de fundo chato;
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balão do fundo redondo;
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balão de fundo volumétrico;
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vidro de relógio;
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funil de separação (de decantação ou de bromo);
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pipeta graduada;
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pipeta volumétrica;
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dessecador;
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bureta;
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bastão de vidro;
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condensador.
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Resumo sobre vidrarias de laboratório
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São instrumentos utilizados pelos químicos para experimentos de rotina em pequena escala.
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As principais são: tubo de ensaio; béquer (ou becker); Erlenmeyer; funil comum; kitassato; proveta; balão de fundo chato; balão do fundo redondo; balão de fundo volumétrico; vidro de relógio; funil de separação (de decantação ou de bromo); pipeta graduada; pipeta volumétrica; dessecador; bureta; bastão de vidro; e condensador.
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Possuem o mais variado uso, como para execução de reações químicas, acondicionamento de soluções, aferição de volume com baixa ou alta precisão, transporte e diluição de misturas, entre outros.
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A maioria delas é feita de vidro borossilicato, dada sua maior resistência ao calor e maior resistência mecânica.
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O vidro é mais empregado pela sua menor reatividade química, o que quer dizer que não interfere nas reações, além de ser reutilizável e de fácil higienização.
Quais são as principais vidrarias de laboratório e suas funções?
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Tubo de ensaio: tubo fino para a execução de reações químicas (processos de conversão de uma espécie química em outra) em pequena escala. É muito usado para testagens ao longo do processo.
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Béquer (ou becker): copos de vidro, multiuso, de multivolume, podendo variar de poucos mililitros a alguns litros. É pouco preciso, mas utilizado para fazer reações de forma geral, aquecer líquidos, dissolver sólidos, diluir ácidos, entre outros usos.

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Erlenmeyer: frasco de vidro de formato cônico, com base larga e bocal estreito. É muito usado em titulações, também pode ser empregado para reações químicas de modo geral bem como para aquecimento de líquidos.

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Funil comum: usado para fazer filtração com o auxílio de papel de filtro, além de transferência de líquidos.

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Kitassato: frasco semelhante a um Erlenmeyer, porém maior. É usado para fazer filtração a vácuo mediante acoplamento de uma mangueira por entrada lateral. O funil utilizado para filtração a vácuo não é de vidro, mas de porcelana, e é conhecido como funil de Büchner.

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Proveta: tubo estreito e graduado, com base reta, permite a medição aproximada de volumes de líquidos.

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Balão de fundo chato: serve para armazenar e aquecer líquidos, assim como é indicado para realizar procedimentos de destilação se utilizado o sistema plano de aquecimento.

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Balão de fundo redondo: serve para armazenar líquidos. É indicado para destilações, usando uma manta de aquecimento, assim como para sistemas de refluxo e evaporação a vácuo. O fundo redondo permite um aquecimento mais uniforme da amostra líquida.

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Balão volumétrico: é um instrumento de precisão. Permite o acondicionamento de uma solução (mistura homogênea de duas ou mais substâncias) com volume preciso e prefixado. Também usado para fazer diluições.

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Vidro de relógio: auxilia na aferição de massa de amostras sólidas em balanças de precisão, bem como cobre demais frascos de vidro.

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Funil de separação (de decantação ou de bromo): faz a separação entre uma mistura líquida-líquida heterogênea.

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Pipeta graduada: semelhante a um canudo de vidro, mede volumes variáveis de líquidos com boa precisão.

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Pipeta volumétrica: instrumento de precisão, mede volumes fixos de líquidos.

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Dessecador: usado para acondicionar e/ou resfriar amostras em atmosfera com baixa umidade por meio da utilização de um agente dessecante.

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Bureta: extenso tubo de vidro graduado, muito utilizada em titulações, faz a medida precisa do volume de líquidos através do seu escoamento controlado.

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Bastão de vidro: faz a agitação e homogeneização de soluções, bem como a transferência de líquidos entre frascos, de forma segura.

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Condensador: utilizado em sistemas de destilação ou refluxo para fazer a condensação de gases. Existem os condensadores de tubo reto (Liebig), de bolas e de serpentina.

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As vidrarias são feitas de qual material?
Embora possa ser encontrado vidro comum nas vidrarias de laboratório, além de quartzo fundido, o material mais encontrado, em geral, é o borossilicato (também conhecido como refratário), em que óxido de boro, B2O3, é adicionado ao vidro convencional (cujo componente majoritário é o óxido de silício, SiO2). Esse material é conhecido por garantir maior resistência ao calor e maior resistência química. Uma marca famosa de vidro borossilicato é a Pyrex.
Importância das vidrarias no laboratório
As vidrarias de laboratório são fundamentais na realização de experimentos e de ensaios de rotina, com isso, colaboraram para o avanço da ciência. Isso ocorre principalmente porque o vidro tem o importante papel de não interferir no processo químico, já que não reage com boa parte das substâncias químicas utilizadas no cotidiano, incluindo substâncias altamente oxidantes, como ácidos e bases. Isso é muito importante para a pesquisa, pois gera confiança nos resultados finais.
Não só isso, o vidro apresenta boa resistência ao calor, ao choque térmico e, claro, é transparente, o que não causa interferência na cor e permite uma boa visualização do processo químico. O vidro também é um material de baixo custo, além de reutilizável, tendo uma vida útil elevada, já que pode ser higienizado quantas vezes forem necessárias.
Limpeza das vidrarias no laboratório
A limpeza das vidrarias depende daquilo que for produzido. Um sólido incrustrado pode exigir uma remoção prévia manual, com a utilização de escovas e espátulas, mas os traços devem ser removidos com a utilização de um solvente ou dispersante. Na maioria das vezes, água e sabão (ou detergente) resolve boa parte das sujeiras das vidrarias.
Substâncias orgânicas de caráter apolar ou pouco polar são sempre um problema a ser pensado, pois sua solubilidade em água é muito baixa. Mesmo os detergentes ajudando bastante, é interessante a utilização de ácidos ou bases para a formação de sais orgânicos, cuja solubilidade em água é maior. Mas mesmo essa técnica deve exigir atenção.
Por exemplo, a utilização de ácido nítrico pode levar à formação de compostos explosivos, enquanto a utilização de ácido sulfúrico pode levar a sais muito pouco solúveis. O ácido clorídrico é o melhor para remoção de bases orgânicas. Hidróxido de sódio e cálcio são as bases inorgânicas escolhidas para criar condições alcalinas de limpeza. Se elas não forem eficientes, dificilmente outras bases inorgânicas serão.
O etanol é muito indicado, pois possui boa solubilidade em diversos compostos orgânicos e é miscível em água, mesmo os de baixa graduação, mais baratos.
A secagem de vidrarias é também muito exigida quando elas são limpas. As vidrarias de precisão, como balões volumétricos e pipetas volumétricas, não podem ser secadas em fornos ou estufas, pois podem dilatar e, assim, perder sua calibração. O ideal é misturar o resquício de água que sobrou da lavagem com solventes como acetona e éter etílico, deixando secar ao ar. Como esses solventes são muito voláteis, em poucos instantes, a vidraria estará seca. O ideal é repetir o procedimento por algumas vezes.